Emoção e entusiasmo narram a trajetória da maior obra leonística do Distrito L D-7
Entusiasmo. Essa foi a palavra que norteou a construção do Hospital de Olhos Dyógenes A. Martins Pinto Lions. A definição é do atual vice-presidente da Instituição, CL Adelvino Parizzi, um dos responsáveis diretos pela articulação para a realização da obra. Ele, ao lado do patrono da entidade, Dyógenes, movimentaram uma legião de Leões em prol da maior obra leonística do Distrito L D-7, que hoje já soma mais de 1,6 milhão de atendimentos. Aos 83 anos, Parizzi relata os bastidores da longa jornada até a inauguração do Hospital de Olhos Lions, que completa 24 anos neste 31 de maio de 2021.
Como tudo começou
O brilho nos olhos de Parizzi ao navegar pelas suas memórias ficou ainda mais intenso quando questionado sobre sua participação na construção do Hospital de Olhos Lions.
“Em 1994, fui eleito Governador do então Distrito L-22. E naquela época o Lions Internacional havia lançado a campanha “A visão em primeiro lugar”. Paralelamente a isso, aqui em Passo Fundo, nós criamos um movimento em prol da visão, presidido pelo Dyógenes A. Martins Pinto. O Dyógenes fez uma campanha envolvendo todo o Distrito através da nossa Fundação, que ficou conhecida como “Raspa Leão”, relembra.
No entanto, todos os esforços para arrecadação de fundos para a obra sofreram uma reviravolta inesperada.
“Para fazer essa campanha, nós precisávamos da licença da Caixa Econômica Federal e eles exigiram que para fazer o Raspa Leão nós tínhamos que ter todos os prêmios em mãos. O Dyógenes, através da Fundação, comprou todos os prêmios. Fogão, faqueiro, panelas, enfim, todos os prêmios. No meio de todo esse processo, em função de alguns problemas, a Caixa Econômica suspendeu todas as raspadinhas, inclusive a Raspa Leão, e tivemos que interromper tudo. Tínhamos tudo comprado, muita coisa pra vender e ficamos sem chão”, conta Parizzi.
A ideia que se transformou em ação
O Hospital de Olhos Lions nasceu da persistência de homens visionários, que apesar das adversidades, jamais desistiram do projeto. Parizzi, que sempre esteve ao lado de Dyógenes, lembra do exato momento em que as articulações junto ao Lions Internacional começaram a ficar mais estreitas.
“Quando eu fui pra Convenção Internacional dos Governadores, em 1994, a campanha “Visão em primeiro lugar” estava sendo encerrada e acumulava mais de US$ 200 milhões como resultado. Os novos Governadores foram, então, desafiados a criar projetos em prol da visão para a destinação dessa verba. Voltei para o Brasil e fizemos uma reunião da governadoria. Estávamos eu e o Dyógenes e de lá saiu a ideia: vamos pedir a verba para o Lions Internacional e vamos fazer um projeto de um hospital. Enviamos o projeto, mas ele não foi aprovado”, recorda.
O caminho entre o lançamento da ideia até a obtenção dos recursos foi marcado por diversas articulações e reuniões para viabilizar o projeto.
“Foi então, em 1995, com a pedra fundamental do Hospital de Olhos já lançada, que participamos de uma reunião na Guatemala com o presidente do Lions Internacional da época, um italiano. Aí que começou a simpatia pelo projeto. Outro fator importante foi que o vice-presidente Internacional da época, que viria a ser presidente, era um brasileiro, o Augustin Soliva, e então explicamos todo o projeto para ele. O projeto começou a andar”, detalha Parizzi.
O envolvimento da Universidade de Passo Fundo
Uma das condições do Lions Internacional para a aprovação e a liberação da verba era ter, em meio ao projeto, o envolvimento de uma Instituição idônea, com a essência comunitária.
“Procuramos a Universidade de Passo Fundo, onde era professor no curso de Medicina. Levei a proposta para o Conselho Universitário, buscando apoio. O Reitor na época era o Alcides Guareschi, também companheiro-Leão, que comprou a ideia. Refizemos todo o projeto, chancelamos a área do Hospital de Olhos Lions na área da Universidade em comodato por 50 anos, e nos lançamos para buscar os recursos”, resgata Parizzi, comemorando como da primeira vez a aprovação do projeto e o recebimento de US$ 350 mil para execução da obra em 1995.
O dia da inauguração
As manchetes dos jornais da região destacavam “Hospital de Olhos: marca de amor e solidariedade de Lions que dignifica uma região”. A inauguração da obra contou com a presença do Presidente Mundial de Lions Clube, Augustin Soliva e do Governador do Distrito L-22, idealizador e patrono da obra, Dyógenes A. Martin Pinto. No dia 31 de maio de 1997, a região assistiu com entusiasmo a entrega da obra, construída em tempo recorde, pouco menos de dois anos.
O Hospital de Olhos Lions consolida-se como o único na região Sul do país a ser construído e administrado pelo Lions Clube.
